terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Circuito Demanda e Oferta

Em Economia o fim é o consumo, pois é por meio deste que se atendem as necessidades. A busca por produtos que satisfaçam as necessidades cria uma força econômica poderosa: a demanda. Vamos entender isto.

A necessidade econômica é um fenômeno humano, pois envolve a aplicação de recursos para sua satisfação, sendo formada pela carência aliada ao desejo de supri-la. A carência é objetiva, descreve a sensação de falta ou a identificação “do que é preciso”. O desejo é subjetivo, indica “aquilo que quero”.
Uma pessoa pode ter fome, mas ao rejeitar certo alimento ela não tem necessidade. Por outro lado, ao consumir certo produto sem sentir sua falta, o individuo foi impulsionado pelo desejo e também não tinha necessidade.

Duas pessoas com a mesma carência podem ter desejos distintos. Por exemplo, em um restaurante, na hora do almoço, encontramos várias pessoas com a mesma carência (fome), mas os alimentos que estão dispostos a consumir, a sua combinação e o seu volume não são os mesmos. Cada indivíduo tem o seu desejo.

Os esforços publicitários procuram influir nos desejos das pessoas. Você precisa de um meio de transporte e não daquele carro que você viu na televisão. Você precisa encontrar com os amigos, mas não daquela marca de cerveja.

É justamente a sedução pelos esforços publicitários que fazem as pessoas adquirirem aquilo que não precisam, comprometendo seus orçamentos e desviando seus recursos para outros gastos.

A necessidade traciona a demanda. Primeiramente, a demanda individual, que é a soma dos produtos que um indivíduo busca para suprir suas necessidades em um período. Depois vem a demanda de mercado que é a soma das demandas individuais por um produto específico em um determinado período. Por fim tem a demanda agregada que é a soma de todas as demandas de todos os agentes econômicos.

No caso do individuo, sua necessidade leva a demanda pontual por um produto ou conjunto de produtos. Para atender a demanda dos indivíduos as empresa buscam produtos gerados por outras empresas e fatores de produção. Assim, a demanda por produtos finais levam a formação da demanda por itens de produção (bens e serviços intermediários e bens de capital) e por serviços de fatores.

O circuito da demanda é completado com o da oferta, afinal a produção é o meio e para cada demanda há uma oferta. A oferta é outra força econômica que descreve a disponibilidade de bens, serviços e fatores. A oferta de produtos finais atende a respectiva demanda. No entanto, para existir é preciso a oferta de itens de produção e de recursos, que também suprirão as respectivas demandas.

Nos produtos apontados: produtos finais, bens e serviços intermediários, bens de capital ou recursos de produção sempre haverá demanda e oferta. Ambas buscam o equilíbrio, que ocorre por meio do preço.

Quando a oferta e a demanda não atingem o equilíbrio, normalmente, forças endógenas de mercado pressionam para o equilíbrio, por meio da pechincha, da liquidação ou da cobrança de ágio.

Há ainda forças exógenas representadas pelo governo que, por meio de uma série de instrumentos podem influir no preço de equilíbrio. Por exemplo, liberação das importações para ampliar a oferta e reduzir preços, aumento da carga tributária para deter a demanda por meio do aumento de preços, restrições à produção, entre outras.

Em síntese, a necessidade traciona a demanda, que por sua vez é completada pela oferta. A oferta e a demanda são duas forças que formam um circuito, que se equilibra por meio do preço. Pode ocorrer que uma das forças se sobreponha a outra, criando um desequilíbrio ou uma imperfeição no mercado. É neste contexto que surgem: o monopólio, o oligopólio, a concorrência monopolística, o monopólio bilateral, o oligopsônio, o monopsônio, os cartéis e os trustes, bem como, em decorrência, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. Mas isto é outra história.

Ricardo Maroni Neto, Economista, Professor do Unifieo e do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia - IFSP, autor do Livro Manual de Gestão de Finanças Pessoais, é membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – Geceu.

Nenhum comentário: