A Globalização econômica trouxe às empresas uma necessidade de olhar para dentro e fora, melhorar e repensar suas atividades, dada competitividade e o acirramento da concorrência.
As grandes transformações se dão devido às aberturas econômicas internacionais e a necessidade de se buscar uma eficiência e eficácia cada vez maior em razão do mercado cada vez mais acirrado.
A quebra de fronteiras mercadológicas e a necessidade de capital para a expansão das atividades e aprimoramento tecnológico também são um fator de extrema relevância para as empresas na atualidade.
A conjuntura tem resultado na reconfiguração das relações econômicas nacionais e internacionais, em especial na necessidade das empresas serem mais eficientes e eficazes em suas atividades.
Para os empreendedores os problemas começam já na definição do qual negócio montar, quando será o melhor momento, onde, a concorrência, os impostos, a burocracia para abrir a empresa nos órgãos competentes e por aí vai.
Mas de forma geral os empreendedores têm uma idéia da atividade a ser desenvolvida e em muitos casos a experiência no ramo que desenvolverão seu negócio, porém quando começa a falar na administração do negócio, nas questões financeiras, controles e administração dos estoques, sistemas de tributação os problemas começam.
Em sua grande maioria quando são questionados a respeito de fluxo de caixa, orçamento e planejamento, não sabem direito e que não tem e não usam estas atividades na administração de seus negócios e que, portanto não fizeram nenhum planejamento para o início das atividades.
Podemos então observar que à luz da teoria os negócios começam de forma errada sem uma avaliação de risco, fluxo de caixa e capital de giro necessário, rentável, por margens de lucro altíssimas que escondem a ineficiência ou por estarem em um nicho de mercado diferenciado ou novo.
O problema que este cenário é em sua grande maioria o de empresas que não dão certo.
A adoção das principais práticas de governança corporativa é fundamental para que as empresas de pequeno e médio porte continuem no movimento crescente dos negócios, avanços tecnológicos, capacidade de investimentos e capacidade de alianças fundamentais para a expansão dos negócios estando a cultura das empresas e famílias como o grande desafio para a implementação das melhores práticas.
Dados de pesquisa do DNRC - Departamento Nacional de Registros de comercio mostra que no período de 2001 a 2005 foram abertas na média 470.202 empresas por ano e pesquisa realizada pelo SEBRAE mostra que do total de empresas que tiveram seu encerramento a cada ano, 49,4% tem menos de 2 anos de atividade, 56,4% menos de 3 anos e 59,9% menos de 5 anos.
Este alto percentual de mortalidade de empresas não são por falta de recursos, mas certamente por falta de planejamento quando da abertura destas empresas, pois caso fosse falta de recursos estas empresas não seriam abertas.
Outro ponto já demonstrado e a grande mudança de controle acionário das empresas, onde quem vendeu, o fez não apenas pela oportunidade de sair dos negócios com vantagens comerciais atrativas, mas pela dificuldade na manutenção destes negócios e a baixa lucratividade.
Os investidores que compram empresas buscam negócios bons e mal administrados, onde com uma administração eficiente conseguem retorno ao capital investido em patamares maiores do que em outros investimentos.
Planejar as atividades, os custos, as receitas e os resultados fazem parte de uma estruturação mínima para o sucesso de uma empresa, e principalmente na possibilidade de se corrigir rotas de problemas.
A visualização de informações que demonstrem os resultados projetados e os resultados auferidos pelas empresas é fundamental para a análise das estratégias a serem adotadas para o futuro.
Os conselhos de administração, nas pequenas e médias empresas são mais importantes que nas grandes corporações, no sentido da necessidade. Ocorre que por desconhecimento da necessidade e de custos estas empresas não buscam ajuda externa.
Os empresários destas empresas normalmente são pessoas que decidem sozinhas os rumos dos negócios e por estarem na atividade do dia a dia e não terem as informações precisas e no momento necessário, tomam as decisões por intuição ou como dizem “pela experiência na atividade”.
Quando a empresa tem um negócio excelente e tem seu crescimento com muita velocidade, os problemas na administração e condução dos negócios passam a ser maiores.
O crescimento quando não é planejado e estruturado faz com que as empresas passem por grandes dificuldades e perda de recursos de tempo, uma vez que o crescimento pode ser apenas no volume das operações e que pode significar em um primeiro momento um aumento de recursos, porém como não há informações em tempo e confiáveis, pode não reverter em resultados positivos para a empresa.
A falta de controles adequados resulta na falta de planejamento que se inicia na operação e irá terminar na administração dos recursos culminando em muitos casos na necessidade de recursos externos.
O empresário neste momento identifica que precisa de ajuda de bancos e descobre que para obter recursos a custos e formas de crédito que não o leve a dificuldades ainda maiores podendo comprometer a continuidade de sua empresa, ele deverá apresentar informações financeiras adequadas e que caso as tivesse poderia ter planejado melhor seus negócios e seu crescimento.
Descobre também há que recursos financeiros para crescimento de seus negócios a custo bem mais atrativos aos que ele utilizou em seus negócios, desde a formação até o crescimento atual.
Portanto, as práticas de governança corporativa, independe dos objetivos dos empreendedores pela abertura do capital, portanto, ir para o novo mercado, venda da empresa em parte ou no todo, mas estas práticas podem significar a sobrevivência das empresas.
A governança corporativa pode e deve ser adotada para todos os tamanhos de empresa, na proporção adequada ao porte, capacidade de absorção dos custos e a velocidade necessária para adaptação dos sócios proprietários.
A opção de saída dos negócios, pela venda ou pela abertura de capital, deixará de ser uma questão de sobrevivência, passando a ser uma estratégia de negócio.
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