Governança Corporativa
Este Blog tem por objetivo a discussão sobre as práticas de Governança Corporativa, Gestão, Tributos, contabilidade gerencial e outros temas correlatos, de forma a contribuir principalmente para as pequenas e médias empresas, de estrutura familiar ou não, na melhoria de suas atividades e tomada de decisões VISITE NOSSO SITE: www.valorvest.com.br
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Por que terceirizar a gestão de estoque em poder de terceiros?
Quanto de recursos da empresa estão empregados nos estoques?
Há produto estocado em quantidade suficiente para atender a demanda do mercado?
A empresa precisa expandir seus centros de distribuição?
Como atender os prazos de entrega dos produtos?
Quem, Como, e Qual o Custo de controlar os estoques em poder de terceiro?
Outros questionamentos a respeito da gestão estratégica dos estoques podem ser feitas e as respostas destas questões e a possibilidade de terceirizar ou consignar os produtos em locais de terceiros é um dos motivos para as empresas pensarem em gestão de estoques estratégica.
Esta gestão se feita pela empresa requer uma atenção muito grande quanto a programação de produção e existem variáveis importantes que em muitas vezes são imprevisíveis, tais como: variações da demanda de produtos acabados, variação na oferta e preços de matéria prima, custo do espaço físico de armazenagem, restrições de circulação de veículos de entrega, entre outros.
Muitas empresas que tem buscado a especialização em seus processos internos e uma das mudanças importantes mudanças é a terceirização do processo de armazenagem dos estoques, em parte ou no todo.
Os estoques em poder de terceiros podem ser em centros de distribuição próprio ou de terceiros, em alguns casos a opção utilizar o espaço físico do cliente final.
Quando a opção é ter os estoques fora da empresa é que começa a necessidade de outros controles e custos. O controle deste estoque, mesmo que contratualmente seja de responsabilidade dos contratados, geram riscos para as empresas proprietárias do estoque. Riscos de quebras de estoques e não atendimento do cliente final, falta de controle de utilização e a consequência é o não faturamento de estoques utilizados.
Terceirizar a gestão dos estoques em poder de terceiros pode ser uma solução, pois a empresa continuará a focar em suas ações de produção e venda. Os produtos alocados em locais fora da empresa ou em clientes para seu consumo e posterior faturamento, passam a ter uma empresa focada nos controles, processos de estoques e inventários periódicos. O resultado na maioria dos casos é de melhora nas informações, tempo de resposta e resultados da empresa.
A melhora nos controles permite identificar a posição de estoques e identificar os produtos a disposição do cliente final. A empresa passa a usar esta ferramenta demonstrando também a capacidade de atender a necessidade de seus clientes e do próprio negócio.
O ideal é que a empresa tenha este trabalho sendo realizado periodicamente, uma vez que se trata de recursos significativos da empresa.
A Valorvest pode ser parceira de sua empresa em treinamentos e na execução dos trabalhos de inventário físico na empresa ou em poder de terceiros, bem como na estratégia de controles e processos. Temos uma solução de controle com visitas periódicas nos pontos onde encontra-se seus produtos dando visibilidade do seu estoque em poder de terceiros para tomadas de decisões.
Marco César de Oliveira Sócio da Valorvest é economista pela PUC – SP e Contador. É MBA em Gestão Empresarial pela FIA-SP - marco@valorvest.com.br
Marcos Pinheiro: Consultor associado da Valorvest é especialista em gestão e controle de estoques.
terça-feira, 18 de março de 2014
Governança x Sucessão
A Globalização dos mercados trouxe às empresas uma necessidade de olhar para dentro, melhorar e repensar suas atividades, dada a competitividade e o acirramento da concorrência. As grandes transformações se dão devido às aberturas econômicas internacionais, a quebra de fronteiras mercadológicas, a mudança no perfil do consumidor, entrada das classes C e D no consumo e a necessidade eminente de capital para a expansão das atividades e aprimoramento tecnológico.
A conjuntura tem resultado na reconfiguração das relações econômicas nacionais e internacionais, em especial na necessidade das empresas serem mais eficientes e eficazes em suas atividades.
Adotar práticas de governança corporativa e buscar os resultados de sua implantação nas pequenas e médias empresas de estrutura familiar tem se feito necessária. Estas empresas iniciam um processo de maturidade com a necessidade de se buscar soluções de médio e longo prazo no que diz respeito a sucessão de seus fundadores.
Globalização, crises econômicas, mudanças nas relações econômicas internas e por que não o choque de gerações entre fundadores e seus filhos. Muito a se pensar e resolver.
A adoção e gestão de práticas de governança corporativa aliado à análise do momento e estado pessoal sucessória é fundamental para que as empresas de pequeno e médio porte e as pessoas envolvidas em todo este processo permitam o movimento crescente dos negócios, avanços tecnológicos, capacidade de investimentos e capacidade de alianças fundamentais para a expansão dos negócios estando a cultura das empresas e famílias como o grande desafio.
Marco César de Oliveira: Economista, Contador, MBA Gestão Empresarial FIA/USP, Sócio da VALORVEST Gestão Empresarial - marco@valorvest.com.br
SUCESSÃO EM EMPRESAS FAMILIARES
“há que se cuidar do broto para que a vida nos dê flor e fruto”
A busca pela excelência nos resultados empresariais tem sido fundamental para a continuidade dos negócios das empresas. Desde a década de 90 quando o Brasil abriu suas fronteiras econômicas para mercados mais competitivos, a necessidade das empresas acelerarem as mudanças de seus processos de gestão se fez necessária.
A conquista do Grau de Investimento trouxe ao país uma evolução concreta. As empresas familiares continuam no mesmo caminho de evolução, porém ainda com a necessidade de renovação de processos, adequando, melhorando ou profissionalizando a gestão para as novas exigências do mercado.
No que tange às empresas familiares o plano de sucessão será de grande importância para a continuidade e sucesso nos negócios. Estudos indicam que cerca de 30% dessas empresas subsistem à segunda geração e apenas 5% sobrevivem à terceira geração. Na empresa familiar a propriedade e as estratégias de gestão são dominadas por membros diretos ou indiretos de um grupo de relacionamento parental. Isso implica no fato de que as pessoas que presidem e gerem os negócios são as mesmas que compartilham sua origem, sua história de vida, crenças, expectativas e também, a casa de veraneio, o lugar à mesa da ceia de natal e almoços de domingo. Desta forma torna-se muito comum que as decisões tomadas com base em pontos estratégicos e técnicos tenham uma interferência emocional significativa. Tais interinfluencias podem impactar positivamente como também negativamente tanto a empresa como a família.
Quando se trabalha com gestão empresarial familiar é imprescindível cuidar das relações considerando os contextos da família e seus familiares, dos negócios e da propriedade. Por vezes, faz-se necessário proteger a empresa da família e seus agregados e proteger os bens da família dos negócios da Empresa, o que requer conhecimento e planejamento e pode se tornar um desafio enorme se for subestimado. Separar a gestão estratégica dos negócios da propriedade é muito importante, porém muitas vezes são de difícil efetivação. No entanto, as consequências de não se separar podem trazer resultados operacionais muito diferentes e ate mesmo prejudiciais se comparadas com empresas não familiares.
Em empresas familiares nas quais a sucessão está próxima de ocorrer a transmissão de poder pode tornar-se ainda mais difícil de administrar quando as decisões familiares e de sucessão passam pela mudança de participação e poder de cada um dos envolvidos. Um processo sucessório conduzido inadequadamente pode causar danos nos três níveis distintos: Propriedade, Família e Empresa.
A sucessão empresarial no determinado contexto caracteriza se por ser um processo de longa duração que envolve meticulosa análise de contextos subjacentes, escolhas e decisões. Quando a intenção é manter o controle empresarial e também sua administração, há necessidade de se preparar um herdeiro para ocupar o lugar de sucessor. No entanto, como escolher dentre todos aquele que mais se encaixa no perfil ideal? O que fazer para capacita-lo? E se a pessoa que melhor cumpre os requisitos para ocupar o lugar de sucessor, não se disponibiliza para tal? Ou ainda, e se o mais adequado para o lugar não coincide em ser o preferido do sucedido? E quando a necessidade e premência de escolha geram disputas, ciúmes e contendas? Inicialmente pode parecer uma tarefa simples, mas quando consideramos as infinitas variáveis envolvidas nesse processo podemos afirmar que este é sem dúvida alguma um grande desafio a ser enfrentado.
Os conflitos entre membros da família e os demais participantes da gestão da empresa tornam-se comuns fazendo com que as estratégias e ações dos negócios da empresa passem a sofrem ainda mais com as decisões emocionais oriundas de reuniões informais em família. Desafortunadamente, os exemplos de desarranjos familiares e empresariais nessa área são profícuos. Muitas são as empresas nas quais a incongruência nos papéis de pai/fundador/sócio-presidente e filho/herdeiro/sócio/sucessor/irmão culminam em dolorosos rompimentos de vínculos familiares e empresariais.
Há também inúmeros casos nos quais a sucessão envolve optar por administradores profissionais não familiares. Há a necessidade de se preparar a empresa e a família para todo este processo uma vez que o estresse é acentuado quando as transições na empresa coincidem com as transições e problemas na família. Quando falamos em preparar a família devemos considerar as necessidades individuais de cada membro da família e em qual o contexto que cada indivíduo está inserido.
Sucessão é por definição o ato ou efeito de suceder (-se). Na própria concepção do conceito há noção de ceder lugar a outro ou de ocupar o lugar do outro. A ideia de finitude atribuída ao sucedido pode ser algo aterrorizante e pode tornar o processo ainda mais difícil para todos os envolvidos. No entanto, outra perspectiva pode e deve ser apresentada: a noção de continuidade, descendência e sucesso.
Em empresas familiares nas quais ainda não houve a “troca de bastão” a figura do fundador é por vezes determinante na identidade do negócio. A marca impressa pelo fundador na condução dos negócios e na própria imagem e filosofia da empresa gera questionamentos quanto à possibilidade de continuidade após mudança de controle e sucessão. Assim sendo, a forma como o fundador conduzirá o processo no que diz respeito às divergências e diferenças entre os membros das famílias será fundamental para a transição de escolha e transmissão de comando. Normalmente, o momento da saída do fundador das atividades da empresa e a escolha de um membro da família para ocupar seu lugar marcam certa desestabilização. Portanto, é essencial que o processo sucessório seja iniciado e acompanhado pelo fundador viabilizando, assim, um cenário de maior estabilidade no decorrer do processo.
Definir as regras do jogo, com clareza, em momentos nos quais ainda não haja conflitos de interesses é uma das alternativas para que ambas, empresa e família, vivenciem o processo de sucessão da maneira mais eficaz possível. A administração neste momento da empresa e da família pode ser a estabilidade dos negócios da empresa e principalmente da família.
A intervenção de profissionais de estratégia e de relacionamentos interpessoais deve contribuir para que as necessidades, desejos e expectativas da empresa, da família e de cada membro individualmente sejam contemplados, visando assim, promover a continuidade da empresa e fortalecimento dos vínculos familiares. Esta é a missão dos profissionais que se propõem ao desafio de equacionar famílias empresárias e perenizar as empresas familiares.
Marco César de Oliveira: Sócio da Valorvest responsável por projetos de sucessão é economista PUC – SP e Contador. É MBA em Gestão Empresarial pela FIA-SP - marco@valorvest.com.br
Marina Paranhos: Consultora associada da Valorvest, psicóloga com especialização em terapia familiar e de casal, Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP e doutoranda em Psicologia Clínica pela PUC-SP, membro do FFI – Family Firm Institute - marina@valorvest.com.br
terça-feira, 20 de março de 2012
O câmbio mata
O Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – GECEU tem discutido qual das mazelas estruturais do país, como estradas precárias, logística idem, portos idem, educação idem, carga e estrutura tributária, corrupção, inflação, juros na estratosfera e câmbio valorizado seria a responsável primeira pelo processo de desindustrialização que o país tem apresentado. De antemão, é bom que se diga, para um desenvolvimento autônomo e sustentável ao longo do tempo, a questão educacional tem sua primazia. Entretanto, para se assinalar um fator crucial no s últimos tempos, sou dos que apontam o câmbio, sem negar a importância das outras, como central neste processo, sendo, como é, um dos preços fundamentais da economia.
Mário Henrique Simonsen, economista de notório saber, apesar de seguir os cânones neoclássicos, não perdeu sua argúcia nem se deixou entorpecer pela falácia monetarista extremada, deixou para a posteridade declaração sucinta e explícita: “A inflação aleija, mas o câmbio mata”.
O Brasil sofre as consequências nefastas de uma política de câmbio valorizado, que se pratica há muito tempo, com repercussões devastadoras na cadeia produtiva da indústria. A valorização do real tem imediata repercussão em todos os setores econômicos, com aumento dos custos da força de trabalho, em dólares, o que significa maior dificuldade de concorrência internacional para as empresas nacionais.
A grande procura, principalmente pela China, por commodities, elevou a cotação desses produtos. A entrada maciça de divisas no país é um dos fatores da valorização acentuada do real. É a chamada doença holandesa, um produto ou produtos que têm elevada cotação e lucratividade desaloja ou canaliza o investimento para estes setores e ao mesmo tempo ao valorizar o câmbio diminui a capacidade de os outros setores não beneficiários da alta demanda e, portanto, do aumento dos preços, de concorrer no mercado internacional. Ao valorizar amoeda nacional aumenta a exposição do mercado interno aos produtos estrangeiros, que se tem um lado positivo como instrumento para conter a inflação interna tem, por sua vez, efeito devastador no setor industrial. Exemplo é a Holanda, quando da descoberta de imensas concentrações de petróleo, e em decorrência, a grande entrada de divisas no país, levou a enorme valorização do Florim, com repercussão extremamente negativa para a indústria holandesa, dai o nome para este fenômeno “dutch disease”, também chamada maldição dos recursos naturais. O alerta a este perigo foi feito neste espaço– “A doença laranja (dutch desease) artigo de 26/02/2008 –
O seu enfrentamento significa ter controle sobre a entrada de capitais, o que o sistema financeiro não quer nem ouvir falar, heresia principalmente para os fundamentalistas do mercado, seus prepostos nos meios de comunicação, que via de regra, são mais realistas que o rei.
Contribuiu também para a valorização cambial, o aumento da entrada de recursos especulativos aproveitando-se da arbitragem entre os países que praticam juros baixos e os que praticam juros altos como o Brasil (carry trade), que inundou o país de dólares. O aumento da cotação das commodities criou um colchão de proteção de modo que puderam enfrentar a valorização sem perder lucratividade. O problema ficou com a indústria, que com o mundo em crise sofre duplamente, pela valorização do real e pela concorrência predatória dos países centrais, em estagnação, que buscam desesperadamente mercado e pela própria China que compra matéria prima e devolve produtos acabados.
O espelho desta situação: segundo o IEDI- Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial as commodities já representam 60% de todas as exportações brasileiras. O minério de ferro que em 2005 representava 6% do total exportado, em 2011 tinha avançado para 16,3%. Recompor a cadeia produtiva não “é mole”, é só ver as imensas dificuldades para se reconstruir a indústria naval brasileira.
Para piorar a situação, aqui se faz aqui se paga,o ritmo de crescimento chinês começa a diminuir na tentativa de um pouso suave (soft land), mas se este pouso for abrupto (hard land), o mundo cairá sobre nossas cabeças.
Antônio Carlos Roxo, coordenador e professor do curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais é membro fundador do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – GECEU. E-mail : roxo@unifieo.br
Mário Henrique Simonsen, economista de notório saber, apesar de seguir os cânones neoclássicos, não perdeu sua argúcia nem se deixou entorpecer pela falácia monetarista extremada, deixou para a posteridade declaração sucinta e explícita: “A inflação aleija, mas o câmbio mata”.
O Brasil sofre as consequências nefastas de uma política de câmbio valorizado, que se pratica há muito tempo, com repercussões devastadoras na cadeia produtiva da indústria. A valorização do real tem imediata repercussão em todos os setores econômicos, com aumento dos custos da força de trabalho, em dólares, o que significa maior dificuldade de concorrência internacional para as empresas nacionais.
A grande procura, principalmente pela China, por commodities, elevou a cotação desses produtos. A entrada maciça de divisas no país é um dos fatores da valorização acentuada do real. É a chamada doença holandesa, um produto ou produtos que têm elevada cotação e lucratividade desaloja ou canaliza o investimento para estes setores e ao mesmo tempo ao valorizar o câmbio diminui a capacidade de os outros setores não beneficiários da alta demanda e, portanto, do aumento dos preços, de concorrer no mercado internacional. Ao valorizar amoeda nacional aumenta a exposição do mercado interno aos produtos estrangeiros, que se tem um lado positivo como instrumento para conter a inflação interna tem, por sua vez, efeito devastador no setor industrial. Exemplo é a Holanda, quando da descoberta de imensas concentrações de petróleo, e em decorrência, a grande entrada de divisas no país, levou a enorme valorização do Florim, com repercussão extremamente negativa para a indústria holandesa, dai o nome para este fenômeno “dutch disease”, também chamada maldição dos recursos naturais. O alerta a este perigo foi feito neste espaço– “A doença laranja (dutch desease) artigo de 26/02/2008 –
O seu enfrentamento significa ter controle sobre a entrada de capitais, o que o sistema financeiro não quer nem ouvir falar, heresia principalmente para os fundamentalistas do mercado, seus prepostos nos meios de comunicação, que via de regra, são mais realistas que o rei.
Contribuiu também para a valorização cambial, o aumento da entrada de recursos especulativos aproveitando-se da arbitragem entre os países que praticam juros baixos e os que praticam juros altos como o Brasil (carry trade), que inundou o país de dólares. O aumento da cotação das commodities criou um colchão de proteção de modo que puderam enfrentar a valorização sem perder lucratividade. O problema ficou com a indústria, que com o mundo em crise sofre duplamente, pela valorização do real e pela concorrência predatória dos países centrais, em estagnação, que buscam desesperadamente mercado e pela própria China que compra matéria prima e devolve produtos acabados.
O espelho desta situação: segundo o IEDI- Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial as commodities já representam 60% de todas as exportações brasileiras. O minério de ferro que em 2005 representava 6% do total exportado, em 2011 tinha avançado para 16,3%. Recompor a cadeia produtiva não “é mole”, é só ver as imensas dificuldades para se reconstruir a indústria naval brasileira.
Para piorar a situação, aqui se faz aqui se paga,o ritmo de crescimento chinês começa a diminuir na tentativa de um pouso suave (soft land), mas se este pouso for abrupto (hard land), o mundo cairá sobre nossas cabeças.
Antônio Carlos Roxo, coordenador e professor do curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais é membro fundador do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – GECEU. E-mail : roxo@unifieo.br
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
“Ôôô, o carnaval acabou!”
As recentes greves das polícias em diversos estados servem para uma reflexão mais aprofundada sobre a questão policial no país.
A demonização da greve dos policiais e de seus líderes representa uma visão tacanha e elitista, sobretudo perversa, sobre um segmento da população dos mais sacrificados. A começar pela clara questão da exposição ao perigo, ainda mais nestes tempos de PCC, Comando Vermelho, além de outras quadrilhas menos faladas, mas extremamente poderosas, que estão dentro dos subterrâneos dos poderes constituídos. Enfrentá-las, além de difícil, é extremamente perigoso, de alta periculosidade.
Critica-se inclusive a estratégia de deflagrarem o movimento na véspera do carnaval (gritavam em passeata: - “Ôôô, o carnaval acabou!”), como se a lógica de colocar suas reivindicações em momentos mais favoráveis, para eles, na negociação, fosse uma covardia.
Entendimento parecido para a luta por um piso nacional para a categoria de soldados e bombeiros, que é um mínimo para uma existência mais digna, a reinvindicação seria uma excrecência. Aliás, excrecência verdadeira que deve acabar mais cedo ou mais tarde, é a divisão, no trabalho, entre a Polícia Civil e Militar. A unificação das duas corporações já passou da hora. Isto é, juntar as incumbências investigativas, preventivas e processuais.
Nessas horas de maior tensão é que se vê a cara de pau de determinadas figuras da vida política do Brasil, como, por exemplo, o senador Lindbergh Farias que em greve anterior dos bombeiros do Rio Janeiro para apaziguar os ânimos entrou logo com projeto de anistia aos grevistas, já agora, para luta semelhante na Bahia não admite nem pensar em anistia: - “São coisas diferentes!” Diferentes como, cara-pálida? A capacidade que se tem de entortar a realidade segundo conveniências é de espantar até um extraterrestre. Na política esta máxima é cumprida estritamente. A resposta depende de que lado do espectro político se esteja, no momento.
Em 2008 na greve da Polícia Civil de São Paulo houve confronto entre as duas polícias, a Civil querendo avançar para o palácio dos Bandeirantes e a Militar a impedindo. Meu vizinho, sargento da Polícia Militar, ( barbaramente assassinado e com as investigações inconclusas até hoje), ao ser indagado sobre a greve e o entrevero me olhou sério nos olhos e disse: - “Se eu fosse o comandante da PM teria deixado a Polícia Civil passar, afinal não fariam nada demais, só pressionariam os encastelados no palácio!” Completando seríssimo:” Tem uma coisa fundamental que precisa ficar bem clara, quem fez a greve, quem estava lá, eram os honestos que vivem deste salário miserável, para os corruptos, o salário nem faz cócegas, é troco! “
É o caso de alertar, como conclusão, para a situação atual: O desespero é mau conselheiro, mas é um conselheiro!
Antônio Carlos Roxo: é coordenador do curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais e membro fundador do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – GECEU.
E-mail : roxo@unifieo.br
A demonização da greve dos policiais e de seus líderes representa uma visão tacanha e elitista, sobretudo perversa, sobre um segmento da população dos mais sacrificados. A começar pela clara questão da exposição ao perigo, ainda mais nestes tempos de PCC, Comando Vermelho, além de outras quadrilhas menos faladas, mas extremamente poderosas, que estão dentro dos subterrâneos dos poderes constituídos. Enfrentá-las, além de difícil, é extremamente perigoso, de alta periculosidade.
Critica-se inclusive a estratégia de deflagrarem o movimento na véspera do carnaval (gritavam em passeata: - “Ôôô, o carnaval acabou!”), como se a lógica de colocar suas reivindicações em momentos mais favoráveis, para eles, na negociação, fosse uma covardia.
Entendimento parecido para a luta por um piso nacional para a categoria de soldados e bombeiros, que é um mínimo para uma existência mais digna, a reinvindicação seria uma excrecência. Aliás, excrecência verdadeira que deve acabar mais cedo ou mais tarde, é a divisão, no trabalho, entre a Polícia Civil e Militar. A unificação das duas corporações já passou da hora. Isto é, juntar as incumbências investigativas, preventivas e processuais.
Nessas horas de maior tensão é que se vê a cara de pau de determinadas figuras da vida política do Brasil, como, por exemplo, o senador Lindbergh Farias que em greve anterior dos bombeiros do Rio Janeiro para apaziguar os ânimos entrou logo com projeto de anistia aos grevistas, já agora, para luta semelhante na Bahia não admite nem pensar em anistia: - “São coisas diferentes!” Diferentes como, cara-pálida? A capacidade que se tem de entortar a realidade segundo conveniências é de espantar até um extraterrestre. Na política esta máxima é cumprida estritamente. A resposta depende de que lado do espectro político se esteja, no momento.
Em 2008 na greve da Polícia Civil de São Paulo houve confronto entre as duas polícias, a Civil querendo avançar para o palácio dos Bandeirantes e a Militar a impedindo. Meu vizinho, sargento da Polícia Militar, ( barbaramente assassinado e com as investigações inconclusas até hoje), ao ser indagado sobre a greve e o entrevero me olhou sério nos olhos e disse: - “Se eu fosse o comandante da PM teria deixado a Polícia Civil passar, afinal não fariam nada demais, só pressionariam os encastelados no palácio!” Completando seríssimo:” Tem uma coisa fundamental que precisa ficar bem clara, quem fez a greve, quem estava lá, eram os honestos que vivem deste salário miserável, para os corruptos, o salário nem faz cócegas, é troco! “
É o caso de alertar, como conclusão, para a situação atual: O desespero é mau conselheiro, mas é um conselheiro!
Antônio Carlos Roxo: é coordenador do curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais e membro fundador do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – GECEU.
E-mail : roxo@unifieo.br
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
A Desindustrialização no Brasil
UM PROCESSO POSITIVO OU NEGATIVO PARA A ECONOMIA DO PAÍS ?
O tema desindustrialização no Brasil tem sido alvo de diversas opiniões e críticas de especialistas e economistas na mídia escrita e falada bem como provocado um debate acalorado nos meios acadêmico e político.
O fato é que por se tratar de um assunto polêmico e controverso onde os pontos de vista nem sempre são os mesmos, não é tarefa fácil se chegar a um determinado consenso que finalize as discussões.
Pode-se afirmar que existem alguns indícios que pressupõe uma possível desindustrialização, mas a questão principal é analisar se esta se revela de maneira positiva ou negativa para a economia brasileira.
A desindustrialização ocorre quando há uma diminuição da participação do segmento industrial na economia de um país, mais assertivamente em relação ao PIB.
Segundo estudos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) em 2009 a indústria manufatureira participou com 15,5% do PIB caracterizando assim uma diminuição da sua representatividade econômica se comparada com os 27,2% em 1985.
Em 2010 a participação ficou em torno de 15,8% conforme dados divulgados pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), porém inferior aos 19,2% em 2004.
Outro dado que pode corroborar com um possível sinal de desindustrialização é a queda do emprego na indústria.
De acordo com o DIEESE entre 1985 e setembro de 2010 o emprego no setor industrial obteve queda de 28%.
O consumo interno de bens de média e alta tecnologia cresceu 76% enquanto a produção somente 40% entre 2004 e 2010 conforme levantamento feito pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).
Nos últimos 30 anos o setor de serviços cresceu em vários países industrializados gerando mais renda e emprego para as suas populações e nesse sentido a desindustrialização foi positiva para eles.
Não se pode atribuir semelhante situação para o Brasil por diversas razões apontadas a seguir.
Os países que obtiveram uma desindustrialização positiva possuem renda per capita acima dos US$ 30 mil, ou seja, são considerados ricos.
A redução da participação da indústria nas economias dos países ricos está inserida dentro de uma diversificação dinâmica das atividades econômicas resultante da condição natural do desenvolvimento desses países.
A mudança do perfil das atividades econômicas dos países ricos não provocou uma diminuição da qualidade de vida das suas respectivas populações.
A atividade industrial desses países atingiu patamares de produtividade e competitividade maiores que os do Brasil por conta das indústrias mais desenvolvidas.
A qualificação da mão de obra nesses países é melhor do que aquela observada no Brasil.
Os países considerados ricos possuem resultados nas suas balanças comerciais mais expressivos que os registrados na balança comercial brasileira.
A desindustrialização no Brasil pode estar ligada a falta de uma política industrial formulada a longo prazo que forneça as diretrizes necessárias a sua implementação garantindo ao empresariado uma fonte segura de investimentos.
A descontinuidade das políticas industriais no Brasil que denotam uma total incompetência do governo em planejar no longo prazo, a falta de consenso e de compromisso fez com que o segmento perdesse muito em inovação tecnológica, produtividade e competitividade fatores estes que também contribuíram para uma possível desindustrialização.
O Brasil emergente com um alto potencial de crescimento necessita muito do segmento industrial como fator propulsor do desenvolvimento da sua economia.
O recém lançado Plano Brasil Maior pela presidente Dilma Rousseff e que visa defender e tornar a indústria nacional mais competitiva em relação ao mercado internacional se alicerça basicamente na desoneração dos investimentos e das exportações, aumento dos recursos para a inovação tecnológica, fortalecimento da defesa comercial e estímulo ao crescimento dos micros e pequenos negócios.
Ao que tudo indica parece revelar uma certa continuidade da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior − PITCE (2003-2007) e da Política de Desenvolvimento Produtivo − PDP (2008-2010) ambas do governo Lula.
Isso pode representar algo novo do ponto de vista da política industrial já que demonstra certa coerência de ações do governo anterior e do atual, entretanto ainda é cedo para avaliar se os resultados advindos do referido plano serão promissores para a indústria e a economia do país.
Com base em todas as considerações feitas é recomendável perceber que a desindustrialização no Brasil parece estar tomando um rumo negativo para a indústria e a economia do país.
Para que ela tenha uma conotação positiva caberá ao governo elaborar um projeto de desenvolvimento nacional a longo prazo que garanta a melhoria da produtividade e competitividade das indústrias. Dessa forma conseguirá dinamizar a economia do país fazendo com que ela naturalmente crie demandas de crescimento em outras áreas
Sergio Dias Teixeira Junior é especialista em comércio exterior, docente de comércio exterior e logística internacional do UNIFIEO e da UMC - Universidade Mogi das Cruzes e membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo– GECEU .
Autor da Coluna "Comércio Externo" no Zwela Angola, também escreve para outras mídias internacionais.
Contato- profsergio_junior@yahoo.com.br
O tema desindustrialização no Brasil tem sido alvo de diversas opiniões e críticas de especialistas e economistas na mídia escrita e falada bem como provocado um debate acalorado nos meios acadêmico e político.
O fato é que por se tratar de um assunto polêmico e controverso onde os pontos de vista nem sempre são os mesmos, não é tarefa fácil se chegar a um determinado consenso que finalize as discussões.
Pode-se afirmar que existem alguns indícios que pressupõe uma possível desindustrialização, mas a questão principal é analisar se esta se revela de maneira positiva ou negativa para a economia brasileira.
A desindustrialização ocorre quando há uma diminuição da participação do segmento industrial na economia de um país, mais assertivamente em relação ao PIB.
Segundo estudos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) em 2009 a indústria manufatureira participou com 15,5% do PIB caracterizando assim uma diminuição da sua representatividade econômica se comparada com os 27,2% em 1985.
Em 2010 a participação ficou em torno de 15,8% conforme dados divulgados pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), porém inferior aos 19,2% em 2004.
Outro dado que pode corroborar com um possível sinal de desindustrialização é a queda do emprego na indústria.
De acordo com o DIEESE entre 1985 e setembro de 2010 o emprego no setor industrial obteve queda de 28%.
O consumo interno de bens de média e alta tecnologia cresceu 76% enquanto a produção somente 40% entre 2004 e 2010 conforme levantamento feito pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).
Nos últimos 30 anos o setor de serviços cresceu em vários países industrializados gerando mais renda e emprego para as suas populações e nesse sentido a desindustrialização foi positiva para eles.
Não se pode atribuir semelhante situação para o Brasil por diversas razões apontadas a seguir.
Os países que obtiveram uma desindustrialização positiva possuem renda per capita acima dos US$ 30 mil, ou seja, são considerados ricos.
A redução da participação da indústria nas economias dos países ricos está inserida dentro de uma diversificação dinâmica das atividades econômicas resultante da condição natural do desenvolvimento desses países.
A mudança do perfil das atividades econômicas dos países ricos não provocou uma diminuição da qualidade de vida das suas respectivas populações.
A atividade industrial desses países atingiu patamares de produtividade e competitividade maiores que os do Brasil por conta das indústrias mais desenvolvidas.
A qualificação da mão de obra nesses países é melhor do que aquela observada no Brasil.
Os países considerados ricos possuem resultados nas suas balanças comerciais mais expressivos que os registrados na balança comercial brasileira.
A desindustrialização no Brasil pode estar ligada a falta de uma política industrial formulada a longo prazo que forneça as diretrizes necessárias a sua implementação garantindo ao empresariado uma fonte segura de investimentos.
A descontinuidade das políticas industriais no Brasil que denotam uma total incompetência do governo em planejar no longo prazo, a falta de consenso e de compromisso fez com que o segmento perdesse muito em inovação tecnológica, produtividade e competitividade fatores estes que também contribuíram para uma possível desindustrialização.
O Brasil emergente com um alto potencial de crescimento necessita muito do segmento industrial como fator propulsor do desenvolvimento da sua economia.
O recém lançado Plano Brasil Maior pela presidente Dilma Rousseff e que visa defender e tornar a indústria nacional mais competitiva em relação ao mercado internacional se alicerça basicamente na desoneração dos investimentos e das exportações, aumento dos recursos para a inovação tecnológica, fortalecimento da defesa comercial e estímulo ao crescimento dos micros e pequenos negócios.
Ao que tudo indica parece revelar uma certa continuidade da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior − PITCE (2003-2007) e da Política de Desenvolvimento Produtivo − PDP (2008-2010) ambas do governo Lula.
Isso pode representar algo novo do ponto de vista da política industrial já que demonstra certa coerência de ações do governo anterior e do atual, entretanto ainda é cedo para avaliar se os resultados advindos do referido plano serão promissores para a indústria e a economia do país.
Com base em todas as considerações feitas é recomendável perceber que a desindustrialização no Brasil parece estar tomando um rumo negativo para a indústria e a economia do país.
Para que ela tenha uma conotação positiva caberá ao governo elaborar um projeto de desenvolvimento nacional a longo prazo que garanta a melhoria da produtividade e competitividade das indústrias. Dessa forma conseguirá dinamizar a economia do país fazendo com que ela naturalmente crie demandas de crescimento em outras áreas
Sergio Dias Teixeira Junior é especialista em comércio exterior, docente de comércio exterior e logística internacional do UNIFIEO e da UMC - Universidade Mogi das Cruzes e membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo– GECEU .
Autor da Coluna "Comércio Externo" no Zwela Angola, também escreve para outras mídias internacionais.
Contato- profsergio_junior@yahoo.com.br
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
A crise de 2008 e a indústria de transformação no Brasil
Em 7 de Novembro foi apresentado no Unifieo o trabalho de conclusão de curso (TCC) de Comércio Exterior e Negócios Internacionais, que investigou o impacto da crise de 2008 em quatro segmentos da indústria de transformação do Brasil.
Sob o título “Algumas considerações sobre o impacto da crise de 2007 no setor industrial do Brasil: um estudo sobre alguns segmentos da indústria de transformação”, o TCC estudou as exportações, a produção, o nível de estoques, a utilização da capacidade instalada e o acesso ao crédito nos segmentos de equipamento de transporte, veículos automotores, metalurgia básica e máquinas e equipamentos.
Vale destacar que os quatro segmentos foram escolhidos por contribuírem acentuadamente para a queda das exportações brasileiras no período enfocado. As principais conclusões são objeto deste artigo.
O estudo permite inferir que o impacto da crise na indústria de transformação teve início mais expressivo no terceiro trimestre de 2008 estendendo-se até o terceiro trimestre de 2009, quando se começa uma lenta recuperação.
Inicialmente a crise causou recessão no mercado financeiro mundial o que resultou, entre outros aspectos, a retração do comércio internacional, gerando uma queda considerável nas exportações dos setores analisados. O setor de Equipamentos de Transporte, por exemplo, registrou em setembro de 2009, recuo em suas exportações de aproximadamente duas vezes o valor exportado em setembro de 2008.
A queda das exportações provocou a redução da produção, cujos indicadores do período tiveram uma queda tão expressiva que os segmentos de Veículos Automotores e Metalurgia Básica viram sua produção reduzir para menos da metade do registrado.
A queda da produção reduziu a ocupação da capacidade instalada, este efeito conjunto contribuiu para as demissões na indústria de transformação.
A retração das exportações contribuiu para o aumento dos estoques. Este efeito foi percebido com mais intensidade no quarto trimestre de 2008.
A crise retraiu a oferta de crédito, principalmente devido à incerteza, o que prejudicou todos os segmentos analisados, sobretudo o de Veículos Automotores que teve as condições de acesso ao crédito mais desfavorável.
Pode-se inferir que a queda das exportações associada à limitação de crédito no mercado causou a redução da produção, o que resultou no aumento do nível de estoque e na redução da capacidade instalada.
O estudo não permite determinar categoricamente qual dos segmentos estudados foi o mais prejudicado, pois existem oscilações atenuantes de acordo com as variáveis. O segmento de equipamentos de transporte, por exemplo, apresentou pior resultado na exportação, mas demonstrou uma desenvoltura sensivelmente melhor na produção e no nível de estoque, se comparado aos demais segmentos.
Analisando-se as variáveis isoladamente, observa-se que, a exportação do segmento equipamentos de transporte foi a mais prejudicada. Enquanto que, pela ótica da produção e da utilização da capacidade instalada pode-se dizer que o setor de Metalurgia Básica foi o que mais sofreu os efeitos da crise. Ao passo que, se forem examinadas apenas as variáveis de nível de estoque e acesso a crédito, pode-se afirmar que o setor Veículos Automotores foi o mais afetado pelos impactos da crise.
Por meio da análise de proporcionalidade, pela qual se pontua a colocação dos segmentos em cada quesito estudado, sendo os piores menos pontuados e os melhores mais, pode-se afirmar que os segmentos de Veículos Automotores foi o mais prejudicado pelos efeitos da crise de 2008, ao passo que o segmento de Máquinas e Equipamentos foi o menos afetado.
Ricardo Maroni Neto, Economista, Professor do Unifieo e do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia - IFSP, autor do Livro Manual de Gestão de Finanças Pessoais, membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo– Geceu. Simone Aparecida da Costa, Bacharelanda em Comércio Exterior e Negócios Internacionais pelo UNIFIEO, membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – Geceu.
Sob o título “Algumas considerações sobre o impacto da crise de 2007 no setor industrial do Brasil: um estudo sobre alguns segmentos da indústria de transformação”, o TCC estudou as exportações, a produção, o nível de estoques, a utilização da capacidade instalada e o acesso ao crédito nos segmentos de equipamento de transporte, veículos automotores, metalurgia básica e máquinas e equipamentos.
Vale destacar que os quatro segmentos foram escolhidos por contribuírem acentuadamente para a queda das exportações brasileiras no período enfocado. As principais conclusões são objeto deste artigo.
O estudo permite inferir que o impacto da crise na indústria de transformação teve início mais expressivo no terceiro trimestre de 2008 estendendo-se até o terceiro trimestre de 2009, quando se começa uma lenta recuperação.
Inicialmente a crise causou recessão no mercado financeiro mundial o que resultou, entre outros aspectos, a retração do comércio internacional, gerando uma queda considerável nas exportações dos setores analisados. O setor de Equipamentos de Transporte, por exemplo, registrou em setembro de 2009, recuo em suas exportações de aproximadamente duas vezes o valor exportado em setembro de 2008.
A queda das exportações provocou a redução da produção, cujos indicadores do período tiveram uma queda tão expressiva que os segmentos de Veículos Automotores e Metalurgia Básica viram sua produção reduzir para menos da metade do registrado.
A queda da produção reduziu a ocupação da capacidade instalada, este efeito conjunto contribuiu para as demissões na indústria de transformação.
A retração das exportações contribuiu para o aumento dos estoques. Este efeito foi percebido com mais intensidade no quarto trimestre de 2008.
A crise retraiu a oferta de crédito, principalmente devido à incerteza, o que prejudicou todos os segmentos analisados, sobretudo o de Veículos Automotores que teve as condições de acesso ao crédito mais desfavorável.
Pode-se inferir que a queda das exportações associada à limitação de crédito no mercado causou a redução da produção, o que resultou no aumento do nível de estoque e na redução da capacidade instalada.
O estudo não permite determinar categoricamente qual dos segmentos estudados foi o mais prejudicado, pois existem oscilações atenuantes de acordo com as variáveis. O segmento de equipamentos de transporte, por exemplo, apresentou pior resultado na exportação, mas demonstrou uma desenvoltura sensivelmente melhor na produção e no nível de estoque, se comparado aos demais segmentos.
Analisando-se as variáveis isoladamente, observa-se que, a exportação do segmento equipamentos de transporte foi a mais prejudicada. Enquanto que, pela ótica da produção e da utilização da capacidade instalada pode-se dizer que o setor de Metalurgia Básica foi o que mais sofreu os efeitos da crise. Ao passo que, se forem examinadas apenas as variáveis de nível de estoque e acesso a crédito, pode-se afirmar que o setor Veículos Automotores foi o mais afetado pelos impactos da crise.
Por meio da análise de proporcionalidade, pela qual se pontua a colocação dos segmentos em cada quesito estudado, sendo os piores menos pontuados e os melhores mais, pode-se afirmar que os segmentos de Veículos Automotores foi o mais prejudicado pelos efeitos da crise de 2008, ao passo que o segmento de Máquinas e Equipamentos foi o menos afetado.
Ricardo Maroni Neto, Economista, Professor do Unifieo e do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia - IFSP, autor do Livro Manual de Gestão de Finanças Pessoais, membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo– Geceu. Simone Aparecida da Costa, Bacharelanda em Comércio Exterior e Negócios Internacionais pelo UNIFIEO, membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – Geceu.
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