quinta-feira, 25 de março de 2010

Pergunta de meu filho de 10 anos: é melhor ser dono ou funcionário?

Meu filho de 10 anos me questionou a alguns dias sobre o que era melhor, ser dono ou empregado e também quis saber “como ele poderia comprar ações”. Fiquei surpreso em saber que em sua escola estão dando aulas de empreendedorismo e que foi comentado com eles o que era uma ação.
Minha experiência de ensinamento de gestão financeira com meu filho começou aos 5 anos, quando percebi que ele não tinha nenhuma noção sobre como era difícil ganhar o pão nosso de cada dia.
Comecei a dar uma semanada de R$ 5,00 para que comprasse os carrinhos que todos os dias ele me pedia para comprar, o jornal de futebol que todas as vezes que íamos a uma banca ou livraria ele me pedia as balas, bolachas e tudo o mais que me pedia todos os dias. Ele pelo que descrevo é provavelmente igual a muitas das crianças que conhecemos.
Com isto pude mostrar para ele que temos recebimentos em tempos certos e que não se ode gastar tudo o que se ganha, mesmo sendo muito pouco.
Voltando a pergunta inicial, expliquei das vantagens e desvantagens de ser um empreendedor e um funcionário, sei que tenho muita inclinação para estimular o empreendedorismo, pois foi o que tive de ensinamento de meus pais, assumir riscos é algo necessário e devemos ensinar desde cedo.
Entendi que neste momento era importante fazer algo que recomendo em projetos de sucessão familiar e deveria testar dentro de casa, contar para meu filho qual foi a origem de nossa família, como foi a trajetória financeira de seu tataravô, bisavô, avô e pai e como financeiramente tivemos nossos erros e acertos. Foi um tempo muito bom, pois pedi para meu pai contar estas histórias, foi um tempo muito agradável e meu filho ficou muito entusiasmado.
Bem, hoje em dia meu filho não só administra muito bem sua semanada de R$ 10,00, como guarda dinheiro para compra jogos e fazemos isto junto, como resultado ele já adquiriu um PSP, algumas fitas de vídeo game e tem alguns bons reais que em de tempos em tempos eu fico de olho nas moedas, pois sei que tem um bom dinheiro neste cofrinho.
Este não é um entendimento rápido, portanto devemos iniciar o quanto antes.

CRISES PÓS CRISE

A crise com inicio no final de 2008 e que perdurou por todo o ano de 2009, como não poderia deixar de ser, traz novos desafios e deixa um longo caminho para as empresas percorrerem em busca de uma recolocação no mercado ou mesmo sua manutenção nele. Esta afamada crise, financeira em sua essência, veio de fora para dentro das empresas e agora surge a ação inversa, as empresas ainda tomadas pelo agitado e inseguro ânimo do mercado, geram crises internas que tendem a desestabilizar o próprio mercado.
As organizações que sobreviveram, com certeza têm compartilhado da mesma opinião, a de que a crise serviu como um “divisor de águas”, caracterizada claramente pelas grandes modificações estruturais que com certeza sofreram.
Toda a pressão em busca da sobrevivência, na época, gerou diversas ações, contingências obviamente não planejadas, que causaram grande impacto nas organizações. No calor dos acontecimentos, houve perda de equipamentos ou falta de atualização dos mesmos, má distribuição de trabalho, demissão de funcionários e este conjunto de fatores trouxe a diversas empresas a perda de processos, ou seja, houve sacrifício do padrão adotado pelas empresas, padrões estes que conservam suas características, mantêm suas identidades e seus níveis de qualidade.
As poucas organizações bem estruturadas antes da crise que conseguiram dar continuidade à sua rotina durante e pós crise, seguindo com o padrão já estabelecido, apresentam isto, agora, como um diferencial, sim um diferencial de qualidade, pois uma organização estruturada, com um sistema adequado que investe em capital humano e no bom andamento de seus processos está com os alicerces firmes, não só para almejar mas principalmente para viabilizar grau de excelência em qualidade.
No entanto, só o fato de as empresas terem sobrevivido a uma crise tão aguda não é garantia de longa vida no mercado. Muitas vezes, as medidas tomadas “no sufoco” para a sobrevivência deixaram graves seqüelas, que neste momento cobram seu preço. Por isso, tantas têm encontrado grandes dificuldades que desembocam em graves conseqüências financeiras, cuja raiz inicial está nas ações de enfrentamento da crise. Sobrevivem com ações desesperadas de recuperação, de maneira que suas estruturas sofrem freqüentes mudanças e sem a estabilidade necessária, não reagem adequadamente aos estímulos e ações efetivadas.
As empresas e empreendedores que pretendem traçar um caminho de grandes conquistas deixando sua marca no mundo coorporativo, como grandes organizações, não podem subestimar o básico, os alicerces. Antes de partirem para grandes aquisições e ou mudanças muito bruscas, não podem perder de vista os processos organizacionais que devem ser pautados pelas características individuais de cada organização. A sua continuidade é condição fundamental que pode ser garantida com a permanência de funcionários chaves, ou por sistemas que independente das alterações sofridas internamente terão que ter a responsabilidade e a capacidade de manter a identidade, o seu centro motor, que pode ser a segurança de enfrentamento de crises sem deixar bombas relógio de novas crises a estourarem mais à frente.

Por: Kely Cristina Rabelo Barbosa, graduada em Comércio Exterior e membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – Geceu